Oito pessoas foram condenadas pela Justiça Federal no Paraná por envolvimento em um plano arquitetado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar o senador Sergio Moro. As penas, que variam entre 5 e 14 anos de prisão, foram aplicadas por crimes de organização criminosa e tentativa de extorsão mediante sequestro.
Motivação e desdobramentos do caso
O plano contra Moro, que veio à tona em março de 2023, foi identificado como uma tentativa de retaliação ao ex-ministro da Justiça. Durante sua gestão no governo de Jair Bolsonaro, Moro adotou medidas que endureceram o regime de visitas nos presídios federais, impactando diretamente o controle exercido pelo PCC.
De acordo com a investigação conduzida pela Polícia Federal, os integrantes da facção criminosa pretendiam sequestrar Moro e utilizá-lo como moeda de troca para libertar Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado líder da organização. O grupo chegou a monitorar os movimentos do senador e de sua família em Curitiba, mas o plano foi desarticulado antes de ser executado.
As condenações
A operação resultou na prisão de nove pessoas e no processo contra 13 acusados. Durante o andamento do caso, dois dos réus morreram na prisão, enquanto os demais foram condenados. Confira os detalhes das penas aplicadas:
Nome | Crime | Pena | Regime inicial |
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Claudinei Gomes Carias | Tentativa de extorsão mediante sequestro e organização criminosa | 14 anos de reclusão | Fechado |
Franklin Da Silva Correa | Tentativa de extorsão mediante sequestro e organização criminosa | 11 anos de reclusão | Fechado |
Herick Da Silva Soares | Tentativa de extorsão mediante sequestro e organização criminosa | 11 anos de reclusão | Fechado |
Aline Arndt Ferri | Tentativa de extorsão mediante sequestro e organização criminosa | 8 anos de reclusão | Semiaberto |
Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui | Tentativa de extorsão mediante sequestro e organização criminosa | 8 anos de reclusão | Semiaberto |
Aline Lima Paixão | Tentativa de extorsão mediante sequestro e organização criminosa | 8 anos de reclusão | Semiaberto |
Oscalina Lima Graciote | Organização criminosa | 5 anos de reclusão | Semiaberto |
Hemilly Adriane Mathias Abrantes | Organização criminosa | 5 anos de reclusão | Semiaberto |
Impacto do caso e medidas de segurança
O desmantelamento do plano reacendeu o debate sobre a influência de facções criminosas em ações contra autoridades e servidores públicos. Sergio Moro, que esteve no centro de decisões importantes no combate ao crime organizado, afirmou em declarações anteriores que as mudanças no regime prisional foram projetadas para limitar o poder de liderança de grupos como o PCC.
O caso também destacou a importância de reforçar medidas de segurança para figuras públicas e familiares, considerando as estratégias cada vez mais ousadas das facções.