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sexta-feira, 14 março 2025

Curitiba lança Força-Tarefa para reforçar segurança: Uma tentativa de desfazer o caos

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Curitiba parece estar tentando mostrar que não vai mais tolerar o caos no Centro da cidade. A Prefeitura, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, lançou nesta segunda-feira (17) a Operação Integrada Centro Seguro, uma força-tarefa de 390 agentes para combater crimes como furtos, roubos e tráfico de drogas. Se você está imaginando que o Centro da cidade virou uma zona de guerra, é bom ficar atento: não é exatamente uma operação militar, mas quase.

Com um grande elenco de participantes – Polícias Civil, Militar e Penal, a Guarda Municipal e a Fundação de Ação Social (FAS) – Curitiba promete combater a criminalidade e, ao mesmo tempo, acolher as pessoas em situação de rua. A ideia parece até bonita na teoria, se não fosse a já tradicional receita de “encher a cidade de policiais” para dar a impressão de que a segurança está sob controle. Mas será que isso é realmente o suficiente para reverter a insegurança e a degradação que afetam a região central?

A operação inclui policiamento ostensivo, investigações, monitoramento de pessoas com tornozeleira, fiscalização de trânsito, e até mesmo a presença da FAS para acolher os mais vulneráveis. Ok, parece que tudo foi pensado nos mínimos detalhes, mas a pergunta que não quer calar: o que a operação realmente resolve a longo prazo, além de criar um palco de exibição do poder público? A gestão da segurança não é só sobre manter a ordem com mais policiais e um aumento nas fiscalizações. A verdadeira transformação de uma área passa por uma atuação mais profunda, que vai além das medidas temporárias.

Darci Piana, vice-governador, diz que “a cidade mais inteligente do mundo merece um Centro mais seguro e humano”. A frase soa bem, mas talvez o foco devesse ser: será que Curitiba, de fato, está se tornando mais inteligente com estas ações ou está apenas encenando uma solução temporária? O Centro da cidade não vai ser salvo por um batalhão de policiais ou por um projeto de revitalização que foca mais em calçadas do que nas causas estruturais da violência.

O prefeito Eduardo Pimentel, por sua vez, parece otimista, como não poderia deixar de ser, e afirmou que a operação faz parte de um esforço maior para devolver a região para as famílias curitibanas. Talvez, em algum futuro distante, esse esforço dê frutos. Mas a realidade de hoje é que a Operação Centro Seguro é só mais uma tentativa de passar uma solução simples para um problema muito mais complexo.

O secretário Hudson Leôncio Teixeira da Segurança Pública fez questão de ressaltar a missão de “acolher os mais vulneráveis e combater o crime com rigor”. Mas, como já sabemos, a repressão sem ações estruturais e políticas públicas que abordem as causas da violência costuma ser um paliativo que, por mais que funcione em curto prazo, não resolve nada no longo prazo.

No fim, Curitiba promete que o Centro será mais seguro. Mas, para isso, será necessário mais do que uma operação integrada. Será necessário mudar a forma como o município e o estado lidam com a pobreza, com a criminalidade e com a falta de oportunidades que alimentam esses problemas. E, enquanto isso não acontece, a “revitalização” do Centro vai continuar sendo mais um discurso de políticos para mostrar serviço, enquanto a população ainda busca respostas reais para seus problemas.

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