O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (29), um novo aumento na taxa Selic, que passou de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade e já era esperada pelo mercado financeiro, diante da alta do dólar e da pressão inflacionária no país.
Motivos do aumento
O Banco Central justificou a elevação da Selic pela insegurança econômica global, principalmente com as incertezas sobre os rumos da política monetária nos Estados Unidos. No Brasil, o órgão apontou que a economia segue aquecida, com inflação persistente e preocupações com os gastos públicos.
A decisão de aumentar os juros faz parte de uma estratégia para conter a inflação, que fechou 2024 com 4,83% de alta, acima do teto da meta do Banco Central. A previsão para 2025 segue acima da meta estipulada, podendo atingir 5,2%, segundo o próprio BC.
Impactos no bolso do consumidor
O aumento da Selic afeta diretamente o custo do crédito no Brasil. Com juros mais altos:
- Financiamentos e empréstimos ficam mais caros: quem pretende financiar um carro, casa ou até mesmo pagar faturas de cartão de crédito pode sentir o peso da alta dos juros.
- Dificuldade para empresas investirem: com crédito mais caro, empresários podem reduzir investimentos e a geração de empregos pode ser impactada.
- Menos consumo e crescimento econômico: a alta dos juros tende a desacelerar a economia, pois desestimula compras parceladas e financiamentos.
Por outro lado, a medida beneficia quem tem dinheiro aplicado em investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto e CDBs, que ficam mais rentáveis com a Selic elevada.
Perspectivas para os próximos meses
O Copom já indicou que poderá elevar a Selic novamente na próxima reunião de março. No entanto, a continuidade dos aumentos dependerá da evolução da inflação e do cenário econômico global.
Para especialistas, se os preços não desacelerarem e o dólar continuar em alta, novas elevações podem ocorrer, impactando ainda mais o crédito e o consumo no país.